06 abril, 2010

Como ser parede sem ser


Eu me lembro de quando fui caloura.

Não faz muito tempo ou sim e foi uma época boa, na medida do possível. Tudo novo e diferente. Era uma desconhecida e tratada como tal. Não ligava muito para as disciplinas teóricas. Só o que tinha importância eram as notas e a presença garantida na chamada.

Esse tempo acabou mais rápido do que eu pude imaginar, apesar de ainda hoje ser considerada caloura por aqueles veteranos que insistem em não concluir o curso. Mas, os papéis se inverteram de repente. E agora as preocupações são da proporção de quem pode orientar meu TCC e em que irei trabalhar quando enfim atirar o capelo pra cima.

Afinal, em janeiro próximo, não serei mais universitária. Não vou mais pagar meia entrada no cinema a não ser quando conseguir enganar os lanterninhas com a carteirinha da biblioteca. Em breve serei só mais uma do bando de diplomados sem emprego. A ideologia é quebrada e os sonhos de uma carreira sólida começam a desmoronar a não ser para aqueles que tem Q.I. - leia-se Quem Indique, course.

Apesar de tudo isso parecer péssimo, é ótimo observar aqueles que estão apenas começando. Parece discurso de velha carcomida, mas nem é, juro. Resolvi me aventurar numa turma de calouríssimos. Meus amigos acham que eu sou doida ou, no mínimo, muito corajosa. Mas, o resultado tem sido boas risadas. 

É incrível como quando somos calouros, achamos que devemos ter um tipo de respeito com os veteranos. Como se eles fossem uma espécie de semi-deuses intocáveis da faculdade calouros que lerem isso, continuem tratando sua veterana com respeito, por favor.

A inversão de papéis a que me referia é justamente esta. Porque um dia eu estive do lado em que aqueles mais de 50 novos universitários estão hoje e também cheguei a achar que veteranos nunca poderiam ser alcançados. É claro que hoje, meus veteranos estão formados e empregados pelo menos a parte deles que merece e trabalhou por isso.

E eu estou numa sala cheia de calouros.

Com seus protestos pacíficos pelo ar condicionado e as conversas "úteis" durante as aulas.
Com professores dando sermões sobre fazer silêncio durante a explicação e textos didáticos cheios de conceitos totalmente desinteressantes pra eles, claro. eu gosto e muito.
Com macacos invadindo a sala de aula para roubar vasilhas de lanche e risadas infames devido aos vícios de linguagem do professor.

É quase como voltar ao 1º período, mas como se eu apenas fosse uma parede observando. Uma parede importante e que pode ser ouvida quando quer. Uma parede que chama a atenção e arranca respeitosos "bom dia" quando chega. É claro que só o fato de haver uma parede na Facomb, certamente, já chamaria muita atenção. Testemunhem os nativos do Campus II.

-beijoscalourísticos;*

10 comentários:

João disse...

Ah, meus tempos de calouro, tanta expectativa, tantos sonhos, tão pouco cabelo...

E saiba, ficar velho é sentir saudade dos seus tempos de recém-formado...

Unknown disse...

Aiii... só de pensar que ano que vem será minha vez de estar no lugar dos calouros... Vou ficar muito feliz!!
Só pelo fato de entrar na faculdade já vai me fazer feliz...rsrs...
Mais, imagino como vc deve estar se sentindo Juu... Beijoss!!

Lookk disse...

Já tá formando??? Eu ainda demoro... parei no tempo por causa das mudanças de cidade...

obrigada pela visita flor, se quiser uma consultoria , só mandar um email ;)

bjoks

Say disse...

Vai se formar? Parabéns Ju! /o/ Torcendo para que vc supere o mais rápido possível a passagem "Em breve serei só mais uma do bando de diplomados sem emprego."
Bjins

Lorena Dana disse...

Hahaha! Eu ri do "haver paredes na Facomb". Ser veterano é meio complicado, principalmente porque a gente descobre que o tempo passa rápido demais.

ps: Seu blog está cada dia mais lindo! Parabéns!

Anônimo disse...

Eu sou caloura! Depois dessa não vou tratar meus veteranos bem (brincadeira! HAHA)
Eu sei que só estou começando, mas eu já imagino que vai passar muito rápido. Você mora em Goiás, né? Aí o mercado para jornalismo é menor mesmo. Acho que no geral, é uma profissão que tem um mercado muito concorrido e só vai pra frente quem tem QI, mas com esforço a gente consegue alguma coisa.
:*, e já no primeiro período você me deixou com uma pontinha de tristeza, que essa época que eu tanto esperei vai acabar tão rápido :/

Anônimo disse...

Estou fazendo facul e sei bem como é agora. Criei uma ilusão na minha cabeça antes de entrar, e não é nada do que pensava.
Amei o texto miga, mandando bem como sempre.
Qm tem talento segue em frente! ^^
bjoksss

Unknown disse...

Ai amiga, vc me fez lembrar tantas coisas boas do tempo da universudade, brigada rsss
Quando a gente é calouro o mundo é tão grande, tão vasto...e a gente uma formiguinha curiosa né? rs


flor to passando pra deixar um beijo e desejar uma ótima semana!

xerim

~*Rebeca*~ disse...

Meu tempo de calouro passou e de veterano também.

Num dia você corre com a papelada da matrícula, e no outro você corre atrás da papelada da colação.

Putz, o tempo passa rápido mesmo.

Jota Cê

Carlinha disse...

É incrível como vc me faz entrar na sua história!!
Adorei!!
Não se preocupa não... logo vc vai ser uma ex-veterana EMPREGADA!!
Tow torcendo por isso!!

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