25 junho, 2010

Intimidade



Triângulo amoroso nunca dá certo, a não ser no cinema (e olhe lá).

Um sempre acaba magoado. Mesmo que seja toda uma vibe Vicky Cristina Barcelona. Não dá. É muito difícil administrar e as pessoas tendem a ser possessivas demais, sempre. O pior é quando há a troca, de fato.

Conheci um casal que viveu uma situação assim.

A prima dela era apaixonada por ele, antes de ela sequer conhecê-lo. Bom, dizem que no coração não se manda, e então, um dia eles apareceram namorando. O fato foi motivo de rompimento e desavenças na família das duas. A prima, pobre vítima da conspiração dos dois, comeu o prato da vingança frio, espalhando boatos sobre a índole da ex-querida-amiga.

O pior de tudo é que o namoro, motivo de rixa na família das duas, acabou logo. Não passando dos 5 meses, se não me engano. Pelo que vi, li e ouvi da história, ela o deixou por causa de outro cara. Um desfecho meio-lógico (pra  não dizer óbvio) para um história assim. Não há muito o que se esperar de uma pessoa que rompe um relacionamento de anos de intimidade e companheirismo por um desconhecido.

Comecei a pensar nisso tudo quando acompanhei uma cena no ônibus (pra variar, claro) quando voltava pra casa da aula de música.

Eram três colegas-amigos-sei-lá.
Duas garotas e um garoto.
Vinham da escola, provavelmente.
O assunto, como constatei, eram os últimos dias de aula que se aproximavam e as provas finais que já aconteciam.

A segunda garota era a que falava mais e a que, aparentemente, era o elo entre eles. Os outros dois pareciam apenas acompanhar a conversa e até meio-que incomodados com a presença um do outro. A situação permaneceu igual até o momento em que a segunda garota despediu-se dos dois e desceu do ônibus.

No mesmo momento peguei-me imaginando o que seria daqueles dois agora que a falante fora embora e os deixara pouco a vontade. Até cheguei a captar olhares desconcertados dos dois.

Mas, assim que o ônibus começou a se movimentar, e a lembrança da segunda garota ficou para trás junto à sua parada, os dois entregaram-se a um abraço tão íntimo e longo que logo me senti constrangida só por acompanhar a cena sem consentimento.

O abraço durou alguns minutos.
Talvez, para eles, rápidos demais.
Para mim, que observava, foram duradouros.

Fiquei imaginando se a segunda garota saberia dessa intimidade tão rendida entre os dois. Não que, necessariamente, os três formem um triângulo amoroso. Mas, sabe-se lá o que se passa na cabeça de três adolescentes que falam mais palavrões em uma frase do que palavras que façam sentido (não que palavrões não façam sentido. só não os aprecio tanto quanto adolescentes de 14 anos). Quando o abraço, enfim, terminou, os dois voltaram à distância normal entre dois amigos e aos mesmos assuntos de antes. Pelo menos, no que pude ouvir da conversa entre eles.

Parece até coisa de bisbilhoteiro-fofoqueiro, eu sei. Mas, dentro de um ônibus são tantas as coisas que se vê e ouve, mesmo sem querer, que é quase impossível não se tornar um observador, mesmo que oculto.

Desci no terminal, assim como os dois.
Eles foram para um lado.
Eu para o outro.

E a única coisa que sobrou de tudo foi esse texto; que compus na caminhada de volta pra casa.

-beijostriangulares;*

8 comentários:

Unknown disse...

Amiga eu adorei e passei tão pouco tempo que nem deu pra sentir sobre o ar rsss

Saudades imensas de vc flor rs

Anônimo disse...

Isso não dá certo, não...nem nesse filme que ilustrou [na foto], só brigas e brigas haha, acho tão chata a situação de um triângulo amoroso...
Vejo isso que disse diariamente tbm dentro dos ônibus. Ainda mais adolescentes de hoje hehe
Falou a velha haha
Mas é verdade...ilustrou mt bem a situação amiga!
Bjoksss

tony disse...

dá certo com pessoas bem resolvidas.
Ser bem resolvido é que é o desafio, pois nossa sociedade está composta para sermos sempre maogadinhos, incomodadinhos, tristezinhos, sem-graças como top models magrelas na passarela. Temos a criativa mania de buscar alguém que resolva a nossa vida, pra dai, com ela resolvida, curti-la noutro alguem. Não sabemos compartilhar direito. E quem sabe compartilhar, permite-se esse triângulo não apenas no sentido da troca afetiva e sexual, mas nos demais elementos da vida também: amizades, trabalho, lazeres. Ainda não aprendemos muito bem o que significa de fato "ter posse" do outro, até porque, poucos possuem a si. E quem nunca sentiu, num relacionamento, ciumes doutras coisas e/ou pessoas da vida do amado[a], que me desminta :P...

Na adolescencia, é apenas uma brincadeira com fundos de verdade [sem contar que os sites e notícias voltados para essa galera, tem ESTIMULADO os triangulos e a efemeridade dos relacionamentos]. Ao amadurecer, as pessoas passam a imitar as novelas: amo um, mas estou com outro, gosto de fulano, mas queria mesmo era estar com ciclano.

e que divertida a conversa sobre a copa :D

bjo!

João disse...

No i in threesome, como já dizia uma música. Triângulos me dão uma preguiça impressionante, acho que uma pessoa já é complicada demais...duas é ser emocionalmente kamikase...

Anônimo disse...

Jú espero vc em Sampa hein? E dessa vez pra me ver! bjokss flor ^^

Say disse...

Ai esse negócio de triângulo amoroso é ruim até em filme, imagina em vida real.

Carlinha disse...

eI JULI, acho que nem no cinema dá certo!!
Olha, vou ficar sem aparecer muito por aki, pq tow sem net, mas sempre que possível, venho ler!!

=*

Larissa disse...

No i in threesome. Interpol. :D Grande João.

Triângulo me lembra aquela minha época do terceiro ano. Você sabe,né? Ô época nojentinha.

Threesome: you're doing it wrong.

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